quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,j á vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara muitas vezes"!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudadee, tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).
Mas vivi, e ainda vivo! Não passo pela vida… E você também não deveria passar!
Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classee vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito" pra ser insignificante.

[ Charles Chaplin ]

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

"um dia a gente aprende"

que, definitivamente, não podemos/devemos esperar nada de outrem. pessimista? bah! realista!
acontece que, querendo ou não, sempre temos expectativas sobre a humanidade que nos cerca, o nosso chamado "grupo social". será um padrão? é, um padrão.. daqueles que a sociedade impõe.. do tipo "deves demonstrar A, mas nunca fazer A"? ok, posso estar exagerando. PORÉM, a decepção sempre aparece. decepção pela quebra da expectativa ou decepção pela "real realidade"? difícil responder. e difícil, também, é controlar a consequência da decepção, que é a raiva. não ah "oh, raiva!" e sim aquela raiva que se manifesta com a chamada agonia, e chag-se ao estágio de soltando fogo pelas ventas. sim, pretendo me controlar, um dia. mas não consigo. é fato. não, não tentei trabalhar isso com meu psicanalista. por que? bah! como assim? tenho o direito de emputecer-me, não? será que até isso eu não tenho mais? tenho e ei de ter por toda a eternidade. aquela eternidade finita, sabe como? paradoxo, ham? pois é. até um ponto em que tornarei-me bege e não me desapontarei, nem decepcionarei-me com as relações interpessoais. será que a imparcialidade existe? existe a hipocrisia de se falar em imparcialidade, ah, isso existe.

acontece que sempre haverão desapontamentos, e explicações e pedidos de desculpas, e abraços e tudo bem! ah, o "está tudo bem"! santo! e a tal da compreensão se apresenta juntamente com a hipocrisia. compreensão, muitas vezes, é adquirida depois da manifestção da compreensão, só realmente se concretiza quando os miolos dizem que deve se concretizar, que não há nada a fazer e que o pedido de desculpa constituiu-se em uma mentira sincera, que, aliás, não me interessa.

[ Anônimo ]

domingo, 2 de setembro de 2007

Minha primeira depilação

"Tenta sim. Vai ficar lindo."
Foi assim que decidi, por livre e espontânea pressão de amigas, me render à depilação na virilha. Falaram que eu ia me sentir dez quilos mais leve. Mas acho que pentelho não pesa tanto assim. Disseram que meu namorado ia amar, que eu nunca mais ia querer outra coisa. Eu imaginava que ia doer, porque elas ao menos me avisaram que isso aconteceria. Mas não esperava que por trás disso, e bota por trás nisso, havia toda uma indústria pornô-ginecológica-estética.Tudo bem! Peguei o telefone e ligue para o salão:

- Oi, queria marcar depilação com a Penélope.
- Vai depilar o quê?
- Virilha.
- Normal ou cavada?

[ Engasguei. Eu lá sabia o que seria uma virilha cavada. Mas já que era pra fazer, quis fazer direito.- Cavada mesmo].

- Amanhã, às... Deixa eu ver...13h?
- Ok. Marcado.

Chegou o dia em que perderia dez quilos. Almocei coisas leves, porque sabia lá o que me esperava, coloquei roupas bonitas, assim, pra ficar chique. Escolhi uma calcinha apresentável. E lá fui. Assim que cheguei, Penélope estava esperando. Moça alta, mulata, bonitona. Oba, vou ficar que nem ela, legal. Pediu que eu a seguisse até o local onde o ritual seria realizado. Saímos da sala de espera e logo entrei num longo corredor. De um lado a parede e do outro, várias cortinas brancas. Por trás delas ouvia-se gemidos, gritinhos e conversas. Uma mistura de “Calígula” com “O Albergue”. Já senti um frio na barriga ali mesmo, sem desabotoar nem um botão. Eis que chegamos ao nosso cantinho: uma maca, cercada de cortinas.

- Querida, pode deitar.

[ Tirei a calça e, timidamente, fiquei lá estirada, de calcinha, na maca. Mas a Penélope mal olhou pra mim. Virou de costas e ficou de frente pra uma mesinha. Ali estavam os aparelhos de tortura. Vi coisas estranhas. Uma panela, uma máquina de cortar cabelo, uma pinça. Meu Deus, era “O Albergue” mesmo. De repente ela vem com um barbante na mão. Fingi que era natural e sabia o que ela faria com aquilo, mas fiquei surpresa quando ela passou a cordinha pelas laterais da calcinha e a amarrou bem forte.]

- Quer bem cavada?- .é... é, isso.

[ Penélope então deixou a calcinha tampando apenas uma fina faixa da Abigail, nome carinhoso da minha vagina, esqueci de apresentar antes.]

- Os pêlos estão altos demais. Vou cortar um pouco senão vai doer mais ainda.
- Ah, sim, claro.

[Claro nada, não entendia porra nenhuma do que ela fazia. Mas confiei.De repente, ela volta da mesinha de tortura com uma espátula melada de um líquido viscoso e quente (via pela fumaça)].

- Pode abrir as pernas.
- Assim?
- Não, querida. Que nem borboleta, sabe? Dobra os joelhos e depois joga cada perna pra um lado.
- Ah! Arreganhada, né?

[ Ela riu. Que situação. E então, Pê passou a primeira camada de cêra quente em minha virilha virgem. Gostoso, quentinho, agradável. Até a hora de puxar.Foi rápido e fatal. Tive a estranha sensação que o meu clitóris tinha saído embrulhado nos pentelhos. Achei que toda a pele de meu corpo tivesse saído, que apenas minha ossada havia sobrado na maca. Não tive coragem de olhar. Achei que havia sangue jorrando até o teto. Até procurei minha bolsa com os olhos, já cogitando a possibilidade de ligar para o Resgate ou para o Samu. Tudo isso buscando me concentrar em minha expressão, para fingir que era tudo supernatural.Penélope perguntou se estava tudo bem quando me notou roxa. Eu havia esquecido de respirar. Tinha medo de que doesse mais].

- Tudo ótimo.
- E você?

[ Ela riu de novo como quem pensa "que garota estranha". Mas deve ter aprendido a ser simpática para manter clientes.O processo medieval continuou. A cada puxada eu tinha vontade de espancar Penélope. Lembrava de minhas amigas recomendando a depilação e imaginava que era tudo uma grande sacanagem, só pra me fazer sofrer. Todas recomendam a todas porque se cansam de sofrer sozinhas].

- Quer que tire dos lábios?
- Não, eu quero só virilha, bigode não.
- Não, querida, os lábios dela aqui ó.

[ Não, não, pára tudo. Depilar os tais grandes lábios? Putz, que idéia. Mas topei. Quem está na maca tem que se ferrar mesmo].

- Ah, arranca aí. Faz isso valer a pena, por favor.

[ Não bastasse minha condição, a depiladora do lado invade o “centro cirúrgico” de Penélope e dá uma conferida na Abigail.]

- Olha, tá ficando linda essa depilação.
- Menina, mas tá cheio de encravado aqui. Olha de perto.

[Se tivesse sobrado algum pentelhinho, ele teria balançado com a respiração das duas. Estavam bem perto dali. Cerrei os olhos e pedi que fosse um pesadelo. "Me leva daqui, Deus, me teletransporta". Só voltei à terra quando entre uns blábláblás ouvi a palavra pinça.]

- Vou dar uma pinçada aqui porque ficaram uns pelinhos, tá?
- Pode pinçar, tá tudo dormente mesmo, tô sentindo nada.

[ Estava enganada. Senti cada picadinha daquela pinça filha da puta arrancar cabelinhos resistentes da pele já dolorida. E quis matá-la. Mas mal sabia que o motivo para isso ainda estava por vir.]

- Vamos ficar de lado agora?
- Hein?
- Deitar de lado pra fazer a parte cavada.

[ Pior não podia ficar. Obedeci à Penélope. Deitei de ladinho e fiquei esperando novas ordens.]

- Segura sua bunda aqui?
- Hein?
- Essa banda aqui de cima, puxa ela pra afastar da outra banda.

[ Tive vontade de chorar. Eu não podia ver o que Pê via. Mas ela estava de cara para ele, o olho que nada vê. Quantos haviam visto, à luz do dia, aquela cena? Nem minha ginecologista. Quis chorar, gritar e até peidar na cara dela, para envenená-la. Fiquei pensando nela acordando à noite com um pesadelo. O marido perguntaria:- Tudo bem, Pê?- Sim... sonhei de novo com o ânus de uma cliente peidando na minha cara.Mas de repente fui novamente trazida para a realidade. Senti o aconchego falso da cera quente besuntando meu Twin Peaks. Não sabia se ficava com mais medo da puxada ou com vergonha da situação. Sei que ela deve ver dezenas de ânus por dia. Aliás, isso até alivia minha situação. Por que ela lembraria justamente do meu entre tantos? E aí me veio o pensamento: “peraí, mas tem cabelo lá?” Fui impedida de desfiar o questionamento. Pê puxou a cera. Achei que a bunda tivesse ido toda embora. Num puxão só, Pê arrancou qualquer coisa que tivesse ali. Com certeza não havia sobrado nem uma preguinha pra contar a história. Mordia o travesseiro e gemia ao mesmo tempo. Sons guturais, xingamentos, preces, tudo junto.]

- Vira agora do outro lado.

[ Ai meu Deus! Porque essa filha da puta não arrancou tudo de uma vez? Virei e segurei novamente a bandinha da bunda. Nisso a broaca da salinha do lado novamente abre a cortina.- Penélope, empresta um chumaço de algodão?Apenas uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era dor demais, vergonha demais. Aquilo não fazia sentido. Estava me depilando pra quem? Ninguém ia ver o tobinha tão de perto daquele jeito. Só mesmo Penélope. E agora a vizinha inconveniente.]

- Terminamos. Pode virar que vou passar maquininha.
- Máquina de quê?!
- Pra deixar ela com o pêlo baixinho, que nem campo de futebol.
- Dói?
- Dói nada.
- Tá, passa essa merda...
- Baixa a calcinha, por favor.

[ Foram dois segundos de choque extremo. Baixe a calcinha, como alguém fala isso sem antes pegar no peitinho? Mas o choque foi substituído por uma total redenção. Ela viu tudo, da perereca ao cu. O que seria baixar a calcinha? E essa parte não doeu mesmo, foi até bem agradável.]

- Prontinha. Posso passar um talco?
- Pode, vai lá, deixa a bichinha grisalha.
- Tá linda! Pode namorar muito agora.

[ Namorar...namorar... eu estava com sede de vingança. Admito que o resultado é bonito, lisinho, sedoso. Mas doía e incomodava demais. Queria matar minhas amigas. Queria virar feminista, morrer peluda, protestar contra isso. Queria fazer passeatas, criar uma lei antidepilação cavada.]

Desconheço o autor.
Barriga é Barriga

Ao Boteco, todos!!!

Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais. Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa do Jô,dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte. Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um atleta que tenha chegado aos 80 anos e citar personalidades longevas que nunca fizeram ginástica ou exercício - entre elas o jurista e jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o humorista arrematou com um exemplo da fauna: A tartaruga com toda aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha vivido 15 anos? * *Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O letrista, compositor e intérprete baiano é conhecido como pai da preguiça. Passa 4/5 do dia deitado numa rede,bebendo, fumando e mastigando. Autêntico marcha lenta, leva 10 segundos para percorrer um espaço de três metros. Pois mesmo assim e sem jamais ter feito exercício físico, completou 90 anos e nada indica que vá morrer tão cedo. Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai dessa enquanto você ainda tem saúde... E viva o sedentarismo ocioso!!! Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. *Você terá toda a eternidade para ser só osso!!!* Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!! o elefante só come verduras e é GORDOOOOOOOOO! !!! VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!! Você tem pneus??? Lógico, todo avião tem!!!

[ Arnaldo Jabor ]

quarta-feira, 4 de julho de 2007

vc não vale a pena!!

Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar
Que é uma pena, mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema de tão pequeno
Mas vai e vem e envenena e me condena ao rancor
De repente, cai o nível
E eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo como num disco riscado
O velho texto batido dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos e o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo a mesma velha ferida
E é pra não ter recaída que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena.

[ Maria Rita ]

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.

a thought

Se...
Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria acesso ao sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora... Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: O de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.

Mahatma Gandhi